Tradição e Memória entalhadas no Tempo
Desenvolvimento Sustentável
Móveis na Praça: O Início das Exposições
A indústria moveleira de Ubá conta com uma herança histórica que a atrela ao setor do comércio, lembrando que a associação é um caminho fundamental para o crescimento das empresas que pretendem atender ao comércio local.
Desde a criação da Associação Comercial de Ubá, em 1928, pensar o comércio da cidade foi uma das formar de se desenvolver a indústria ubaense, especialmente no início da década de 1960, através da ação de Sebastião José Barreto, o Santinho Barreto, que, para desejava impulsionar as indústrias da cidade.
Santinho Barreto realizou as duas primeiras Mostras Industriais de Ubá, em 1963, na Praça São Januário, e 1964, no Esporte Clube Tabajara, e esteve à frente do processo de construção do Parque de Exposições Irineu Gomes Filho, o Horto Florestal.
As Mostras Industriais, organizadas por Santinho Barreto, reuniram os trabalhos dos marceneiros de Ubá, mas também de outas indústrias e comércios contando com o refrigerante Abacatinho, pastifícios e as fábricas de médio e pequeno portes.
Foi em meados da década de 1970, com a realização da Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Ubá (EXAPIC), os móveis de Ubá ganharam um incentivo nas exposições, tornando-se mais conhecidos, mas, a grande expansão se iniciou a partir de 1994, com a realização da Feira de Móveis e Máquinas de Ubá e Região (FEMMUR).
As Feiras de Móveis: Ubá é maior que o Brasil
Uma das preocupações do Intersind era a expansão dos negócios para que o Polo Moveleiro de Ubá se consolidasse como o maior de Minas Gerais e tivesse projeção nacional e interacional.
Esse projeto teve início em 1994, com a realização da I Feira de Móveis de Minas Gerais (FEMUR), seguido da I Feira de Máquinas (FEMAP), pensando na tecnologia de produção moveleira.
Os anos finais as década de 1990 foram marcados por outras duas edições da FEMUR, que cresceu em número de visitantes e de expositores, já se afirmando como um dos maiores eventos do setor.
A partir dos anos 2000, houve a ampliação da infraestrutura do pavilhão de Exposições, aumentando sua área para 12.000m².
As empresas do Polo começaram um movimento de exportação, consolidado através do consórcio Movexport, que contou com uma capacitação para essas atividades, envolvendo, inicialmente, nove marcas.
A criação do Fórum de Desenvolvimento do Polo Moveleiro de Ubá, em 2002, foi o marco oficial da organização do APL Moveleiro, que se desdobrou no ano seguinte com o senso moveleiro, do qual resultou o Diagnóstico do Polo Moveleiro de Ubá e Região.
Este diagnóstico identificou as potencialidades e fragilidades do setor, sendo uma ferramenta norteadora para a proposição de planos e ações de fortalecimento, desenvolvimento e crescimento das empresas moveleiras.
A elaboração do Plano de Marketing do APL, em 2004, inseriu, de vez, o posicionamento e planejamento do arranjo frente ao mercado nacional e internacional, de modo que, em 2006, com o Programa PEIEX, de incentivo às exportações, novas oportunidades surgiram.
O Polo Moveleiro de Ubá: Riqueza da Região
. Ubá além de ser a cidade sede do Intersind, entidade que lidera a organização institucional dos empresários, é também a liderança produtiva do APL, sendo seguida de outros oito municípios: Visconde do Rio Branco, São Geraldo, Tocantins, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, Guidoval e Guiricema.
O Arranjo tem a Itatiaia S.A, que trabalha com móveis de metal e linhas de fogões e eletrodomésticos, como a sua empresa âncora. E desde meados da primeira década dos anos 2000, as exportações fazem parte da dinâmica do crescimento industrial, sempre se equilibrando com o desenvolvimento sustentável.
Apoiado por acordo de exportação como o Minas Furniture, o APL é responsável por de cerca de 34% da geração de emprego no setor em todo o Estado de Minas Gerais e por 20% do número total de estabelecimentos.
A predominância das indústrias é de móveis residenciais, em madeira, mas o metal através da representatividade da Itatiaia S.A. tem grande destaque, já que esta é a maior empresa do país no setor, além de integrarem o Arranjo fábricas de móveis de outros materiais, de colchões e de materiais de acabamentos e de fornecedores. Estão presentes no Polo: indústrias de móveis residenciais, fornecedores de máquinas e matéria-prima, prestadores de serviços e lojistas do setor de móveis. O Polo reúne indústrias de móveis que são informais, ou seja, pequenas marcenarias familiares, com predominância em móveis residenciais; empresas de fornecedores, que compreendem embalagens, ferragens, vidraçarias e prestadores de serviços, e lojistas do setor de móveis.
O Polo é basicamente formado por Micro e Pequenas Empresas, representando 95% de seu total e tem seu foco estratégico voltado para uma maior integração e união entre os empresários do setor. Com as empresas organizadas e unidas, através do APL, é possível se pensar em soluções administrativas, jurídicas e logísticas.
Atualmente, um dos pontos a se aprimorar são os mecanismos de escoamento da produção, aumentando os índices de qualidade e diminuindo o prazo de entrega, atrelando-se à otimização do processo produtivo, através da redução do tempo de fabricação do produto, melhoria dos designs.
No que diz respeito aos colaboradores das indústrias, a preocupação gira entorno da formação e capacitação da qualidade técnica da mão-de-obra, além da valorização da carreira como profissionais do setor moveleiro.
Resgatando o espírito de colaboração que esteve no cerne das indústrias moveleiras, há a preocupação de se trabalhar na consolidação, ampliação e desenvolvimento também das empresas de insumos e suprimentos, fortalecendo a parceria com o setor de fornecedores.
Outra grande preocupação está na relação com o meio ambiente, buscando-se as adequações necessárias para que o Polo cresça sem agredir a natureza e sendo autossustentável.
Para que esses objetivos sejam alcançados, o APL tem como ação principal a criação do Fórum da Tecnologia Moveleira, que deve trabalhar no diagnóstico das reais situações das indústrias, instrumentalizando-as para um planejamento estratégico que atue em diversas frentes como Oficinas de Design; estudos para a possibilidade da redução do ICMS; cursos e capacitações na área de vendas e captações de clientes nacionais e internacionais, que perpassam pela formação e capacitação de lideranças não só entre os gestores, mas em cada setor das fábricas, criando e mantendo uma equipe de alto nível técnico.