A chegada dos imigrantes italianos em Ubá, em suas duas ondas, tiveram ligações fundamentais com a evolução construtiva da cidade, já que, diante da crise do café, que até o ano de 1920, era a principal fonte de economia da cidade, permaneceram no município e dedicaram-se a outros setores da economia.
Os italianos, especialmente aqueles chegados após o ano de 1888, eram camponeses, do Norte da Itália, mas muitos tinham habilidades específicas como ferreiros, carpinteiros e mecânicos e, assim, foram construindo maquinários que serviram tanto para ajudá-los no trabalho nas fazendas de café quanto posteriormente na organização de oficinas e pequenas fábricas de diversas áreas.
O progresso de Ubá teve maior expansão após 1914, quando instalou-se o primeiro banco de Ubá, na atual Rua São José, antiga Rua do Brejo, através da ação do Comendador José Teixeira da Costa e, posteriormente, com a casa bancária Eduardo Porto e Cia, cuja matriz era dirigida por Renato Lacerda Rodrigues.
Ubá, como algumas outras cidades da Zona da Mata mineira teve boa acumulação de riquezas ao longo do período cafeeiro. Nas fazendas foram desenvolvidas as primeiras máquinas para secar o café e auxiliar nos outros processos.
Neste momento, a agricultura favoreceu não só o crescimento das vilas e dos povoados, mas também de uma aristocracia rural bastante consolidada e de onde surgiram alguns dos empreendedores em novos setores, como o moveleiro.
Um exemplo é Cesário Alvim que, na Praça da Estação, estabeleceu o comércio dos grãos e tinha uma máquina de limpar café.
Após a tentativa de substituir agricultura do café por outros produtos agrícolas, a colônia italiana, organizada na fabricação do fumo de corda, criou uma pequena indústria rural que garantiu um sustento econômico para a cidade de Ubá, que esteve entre uma das maiores produtoras do Brasil.
Como aconteceu com outras cidades da Zona da Mata, a estrada de ferro Leopoldina tinha a função de escoar a produção agrícola, mas, em meados do século XX foi de grande importância para as indústrias.
Após a década de 1910, vários empreendimentos ganharam mais amplitude como é o caso de Luiz Fuzaro que abriu a primeira padaria no Largo de São Januário, transformando-se em uma das maiores lojas de secos e molhados da cidade, sendo gerenciada por seu filho, Antônio Fuzaro.
O negócio se transformou em um pastifício e possuía um dos maquinários mais modernos da região, dispondo de armazém de atacado e instalações para a produção de massas e de bebidas, dando origem ao famoso Mineirinho, criado no início dos anos de 1940, projetando o nome de Ubá em todo o Brasil.